28.4.08

Vaca "Roots" atolada no aipim



Para quem acusou os integrantes do TCF de serem bairristas (o que aliás está completamente certo), segue uma receita mineira para ampliar os horizontes culinários dos nossos visitantes (não dos nossos integrantes, pois nós somos bairristas, lembra?!). Vaca atolada de minas para o mundo.

Ingredientes:

- 1kg de costela bovina;
- 400gr de aipim;
- 100gr de bacon picado em pedacinhos;
- 4 cebolas médias picadas em 4 partes;
- 3 tomates sem polpa picadinhos;
- 1 caixinha de polpa de tomate;
- 4 dentes de alho picados;
- 1 ramo de cebolinha e salsinha;
- 1 pacotinho de caldo de carne em pó;
- 2 colheres de sopa de azeite da Olívia;
- 3 xícaras de água quente;
- sal a gosto;

Modo de preparo:
Cubra a carne com sal grosso e deixe por uma hora e meia no forno (tal qual a receita de churras de forno logo abaixo). Enquanto a carne está no forno, cozinhe o aipim em pedaços na panela de pressão até ficarem "meio moles" (meio moles significa moles, mas não muito, entende?).
Depois da carne pronta, bata a carne para sair o sal, parta-a em pedaços e reserve. Numa panela grande o suficiente, frite os pedacinhos de bacon com a própria gordura. Adicione o alho picado e frite junto com o bacon. Adicione também a cebola e o tomate picado e continue mexendo por 5 minutos. Adicione a carne em pedaços nessa panela mexendo por mais 5 minutos. Adicione o aipim, o extrato de tomate, tempere com o caldo de picanha em pó e sal a gosto. Insira as 3 xícaras de água quente, tampe a panela e deixe por 30 minutos, até desmanchar bem o aipim e a costela ficar literalmente "atolada". Cubra a panela com a salsinha e cebolinha picadinhas e manda bala que isso tá um cutuco.
Dica do Japa:
- Cuidado ao cozinhar o aipim na pressão, não deixe passar demais pois a intenção é justamente cozir e desmanchar junto com a carne.
- Se você tem mais do que 20 anos, não coma esse prato depois das 21horas 30minutos e 15segundos. Do contrário você será atingido pela maldição da vaca atolada e sua noite de sono estará comprometida.
- Também não coma esse prato se você pretende dormir agarradinho depois ;o)
- Você também pode adicionar umas ervas, como manjerona e orégano que esse prato fica da bruxa. Ahh, e de preferência, utilize uma panela de barro ou de ferro que da o "up".
Trilha sonora da receita: A bay bay - Hurricane Chris

Have fun, aloha e coisarada.

TCF - The Cooking Fellowship é "O que a casa oferece" (.blogspot.com)

Churrasco de forno da Casa da Sogra


Mas então, pra quem curte o som da "Casa da Sogra", eis uma receitinha mega-barbada que o meu brother Rick, baixista da banda me passou dia desses. Larga "A Obra" na vitrola e vamos ao goró violento.

Ingredientes:

- 1kg de picanha ou maminha ou capa de filé, ou o que os seus dentes suportarem e o seu bolso sustentar;
- sal grosso;

Modo de preparo:

- Antes de qualquer coisa, deixe uma ceva gelando por pelo menos 1 hora no congelador (para os pobres como eu que não tem freezer). Depois dessa 1h, coloque a carne numa forma que tenha grade e cubra de sal grosso. Na próxima 1h e 40min, vá bebendo essa ceva e deixe a carne no forno fazendo a sua parte ;o)
Depois de ouvir a música pela milésima vez nesse período, espere a parte do "Lá vem o homem, que faz a obra, lá vem o homem que faz a casa da sogra...", bata a carne como se fosse um churrasco legítimo, parta em pedaços generosos e manda ver meu guri.

Dica do japa:

- Se você tiver paciência, cubra a forma com papel alumínio antes de levar a carne ao forno;

- Tchê, se tu errar essa receita, te aconselho tentar xadrez, talvez bocha, mas definitivamente cozinha não é contigo, vai ser feliz em outro lugar ;o)

Trilha sonora da receita: A Obra - Casa da Sogra, mas ahhhhh!!!

Have fun, aloha e coisarada.

TCF - The Cooking Fellowship é "O que a casa oferece" (.blogspot.com)

25.4.08

A pimentinha "Come on baby light my fire" da dona Zilá

Bom, como os visitantes deste espaço devem saber, fizemos há pouco tempo um camarão na moranga na casa dos meus pais. Oportunidade esta onde dona Zilá, na minha família conhecida como "mãe", abriu o antigo baú das "receitas que dão ibope" e largou uma pimentinha que ela guarda a 7 chaves (na geladeira), para que os integrantes do TCF pudessem desfrutar a deliciosa sensação de sentir a língua adormecer. É claro que, ao desfrutar daquela maravilha e sentir a glote fechando, nos entreolhamos e a única expressão inteligível que pudemos pronunciar enquanto a pimenta se encarregava de "adormecer" o resto dos nossos órgãos internos foi: "Wazahhhhhhh". É claro que a receitinha dessa pimenta cascuda tinha que rolar aqui né...

Ingredientes:

- 15 pimentas vermelhas;
- 2 colheres de sopa de pimenta calabresa;
- 2 colheres de sopa de pimenta preta moída;
- 2 colheres de sopa de pimenta vermelha moída;
- meia xícara de azeite da olívia;
- 1 xícara e meia de vinagre branco;
- 4 dentes de alho;
- sal a gosto;

Modo de preparo:

Não tem mais barbada (adoro essas receitas onde se coloca tudo no liquidificador e aperta-se um botão, vamos liquidificar o mundo... ;o)).
Separe 5 pimentas vermelhas, e bata todos os outros ingredientes no liquidificador. Tá pronto!!!
Naquele vidrinho de pepinos em conserva que você lavou e nunca sabia quando iria usá-lo, despeje essa mistureba batida e adicione as 5 pimentas inteiras que você havia reservado. Leve à geladeira e deixe-o lá por pelo menos 1 mês. No teu próximo carreteirão (que aliás, têm a receita aqui), deixe esse vidrinho sobre a mesa junto as plaquinhas de identificação amarela e preta onde lê-se "Biohazard" e vá ser feliz meu guri.

Dica do Japa:

- Normalmente ninguém segue as instruções a risca, mas tente deixar este vidro intocável na geladeira por pelo menos um mês. Pode deixar um pouco mais se quiser.
- Adicione um ramo de salsinha no liquidificador para deixar a coloração e o gostinho "da bruxa";
- Esta pimenta fica boa com carreteiros, massas, feijões, pipocas, quindins, rocamboles, enfim, é só gostar de pimenta e achar um motivo que tá valendo.

Trilha sonora da receita: Em homenagem a dona Zilá, que é a ilustre fornecedora da receita, tasca um João Nogueira na vitrola que tá valendo.

Have fun, aloha e coisarada.
TCF - The Cooking Fellowship é "O que a casa oferece" (.blogspot.com)

8.4.08

Peixe (bagre) Ensopado com legumes em grandes nacos no caldeirão da bruxa

Vag Vag Vagnólia diz: Vamos a la plaia gurizada? A dona-patroa está lá dando uma mão pros meus avós e tal, vou lá buscá-la. Poderíamos fazer um pratinho leve sábado a noite e voltaríamos domingo próximo ao meio dia... que tal?
TCF dizem: Tchê, e isso é coisa que se pergunte? Diz aí, o que temos que levar? Mas ahhhhhh!

Ingredientes

- peixe (sem espinhas, preferencialmente)
- tomate (melhor seria bastante molho de tomate)
- vinho branco (pode ser o marca-devil)
- sal, óleo, tempero verde, manjerona
- batata
- cenoura
- cebola
- pimentão
- pimenta (eeeeeeeeeeeeeee)

Modo de preparo

Corte as cebolas em picadinho, a cenoura em rodelas, o pimentao em anéis, a batata em fatias (de no máximo 1cm de espessura). Dê uma leve cozinhada nas batatas em separado, e nas cenouras em rodelas também, pra amaciar isso tudo. Em uma panela maior, frite as cebolas em óleo e sal e comece então a preparar o ensopado em camadas.
Disponha as fatias de batata previamente cozidas (não muito cozidas) na primeira camada, após complete a camada com cenoura, mais cebola, pimentões, etc. Aí coloque as postas do peixe formando uma outra camada. Intercale estas camadas. Misture o vinho ao molho de tomate e adicione na panela. Se puderes amarrar alguns ramos de manjerona e deixa-los imersos no ensopado, removendo-os depois de pronto, dá um gostinho bem especial. Caso as camadas não tenham ficado imersas em líquido (o que normalmente acontece), complete com água. Deixe ferver e voilà.

Dica do japa:

- pimenta neles brother! Peixe ensopado, se não for apimentadinho não tem graça
- este prato é para os dias frios, pode vir acompanhado de uns pãezinhos e também um vinho (refrigerante serve também, huauhau)
- como diz o vô ney, senhor dos licores, entre uma ida à panela e outra pra ver como estavam as coisas e dar uns palpites tipo: "vagner, coloca mais isso, baixa mais o fogo, faz assim, faz assado...", em uma de suas histórias que relatava o ambiente pós apocaliptico que era viver nos pampas em "mil novecentos e vai-te a mer...", é bom quando a gente coloca uma pimentinha... fica forte, bem mais forte que o tal menstruz na cachaça (este é tão forte que a 6 meses atras o spk tomou um golinho e ainda sente o gosto).
- se você tiver a oportunidade de cozinhar este prato próximo a pessoas fantásticas como o vô ney e a vó carmem, faça-o sem hesitar. Entre as aventuras narradas em primeira pessoa pelo vô, algumas sacanagens são propositais, tipo quando ele sugeriu que a gurizada provasse uma pimenta "pra macho" que ele tinha guardada a tempos, mas para tanto deveria-se passar a pimenta no dedo e lamber o dedo em seguida. Não tem preço quando você descobre que ele ficou horas contando causos e esperando os desavisados coçarem os olhos com o mesmo dedo que passaram na pimenta né spk? Huahuahuahhau
- a receita foi feita com bagres médios comprados no mercado público, no panelão do vô, sobre o fogareiro da garagem, que diga-se de passagem, é o X do mapa do tesouro, em se tratando de variedade e qualidade de licores artesanais (aguardem algumas receitas...)

Trilha sonora: seguinte, seguindo o entendimento aguçado do Seu Cabral (vô Ney) para música, pelo menos duas sugestões devem fazer-se presente: Mano Lima - Lobisomem do Arvoredo ou Nelson Gonçalves - Vermelho 27

Entretenimento audio-visual: tu podes inspirar-te no filme Náufrago com o Tom Hanks para fazer o peixe, mas talvez tu te sintas meio perdido ao nao saber se as coisas vao dar certo, como Danny Glover em Predador II.


TCF

4.4.08

Arroz com "Bucãlháu" no mais perfeito português de Portugal com azeitonas pretas que parecem coraçõezinhos de galinha.


Mas olha aí que barbada. Sabe aquele bacalhau que você compra uma vez por ano (só para fazer aquele prato especial no Natal, mas sempre lembrando de congelar uma reba pra semana Santa)? Pois então, hora de usar aquele bacalhau que sobrou e estava aniversariando no congelador. Segue o goró.

Ingredientes:

- 400gr de bacalhau dessalgado e desfiado;
- 2 xícaras de arroz;
- 200gr de azeitonas pretas sem caroço;
- 1 cebola média picada;
- 2 tomates picados;
- 2 dentes de alho picados
- salsa e cebolinhas picadinhas;
- 1 pimenta vermelha picada (é isso aí, vamos picar o mundo ;o)
- 2 ovos cozidos e picadinhos;
- sal, manjerona e orégano a gosto;
- azeite da olívia;

Modo de preparo:

Muito fácil, sem dor e sem arrependimentos. Deixe o bacalhau dessalgando da noite para o dia, procurando trocar a água pelo menos umas 2 vezes. Na teceira troca de água, leve o bacalhau ao fogo até ferver, deixe cozinhando por uns 5 minutos, remova o bacalhau e separe a água da fervura. Numa outra panela, adicione 3 colheres de sopa de azeite da Olívia e frite a cebola e o alho. Quando estiverem bem douradinhos, acrescente os tomates e deixe cozinhar por mais alguns minutos. Acrescente o bacalhau, mexendo sempre. Depois de uns 5 minutos, acrescente o arroz e tempere com sal, manjerona e orégano. Nesta mistureba, adicione a água do cozimento do bacalhau, metade da salsinha e a pimenta picadinha. Deixe cozinhar em fogo baixo.
Quando o arroz estiver pronto, polvilhe o ovo cozido, as azeitonas pretas e o que sobrou da salsinha/cebolinha e tampe a panela por mais 5 min. com o fogo desligado. Olha tchê, isso aí tá que é um abraço de anaconda com fome, tasca um vinhozinho na galera e vai ser feliz.

Dica do Japa:

- Os temperos ficam a sua escolha. Eu usei manjerona e orégano e ficou bom, mas você pode usar os temperos que estejam ao seu alcance que tá blz (pimenta preta, páprica apimentada, pasta de dentes, alvejante, você quem sabe....);
- Espanta as moscas da cozinha e deixe a panela do arroz destampada enquanto cozinha que isso vai aromatizar a casa toda e você vai ouvir os elogis antes mesmo de servir o goró ;o)

Trilha sonora da receita: olha, eu fiz esse negócio escutando o Pagode do Arlindo e fluiu legal, então qualquer pagodão que dê o levante na cozinha tá valendo.

Have fun, aloha e coisarada.

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1.4.08

Charqueada Tropeira Gaudéria Rio Grandense Bairristafú do TCF


Final de sábado, nega véia do lado, chimarrãozinho pra esquentar o corpitcho enquanto o sol se vai, e eis que aquele orgulho que nasce com todo gaúcho chega no pé do teu ouvido e diz: "Que climão para um carreteiro de charque hein?!". E tu "pensa contigo mesmo": Mas ahhhhh!. Bom, mas como não dá mais tempo de dessalgar o charque, deixa pro domingo e vai dormir ;o)

Para quem não sabe, o carreteiro é um prato tão típico como o churrasco para o gaúcho. Os peões que levavam as tropas de gado usavam a carne salgada (charque), nas suas viagens como alimento não perecível, por muitas vezes, carregando a carne por baixo da cela do cavalo, sendo salgada com o suor do animal e secada a sombra depois. (Wazahhh, TCF tb é cultura ;o)). E como todo bom gaúcho, a principal atração do carreteiro é o seu preparo, ou seja, SEM FRESCURA. Não comece a colocar ervilha, milho, cal, areia e brita no prato, pois o bom arroz de charque é feito com arroz e carne de charque. (<- isto foi um ponto final, o que quer dizer isso mesmo: fim.) No máximo uma cebolinha e uma manjerona, para desfarçar o suor que vem de carona ;o).

Então chega de blá, blá, blá e vamos ao prato.

Ingredientes:

- 1kg de carne de charque;
- 2 cebolas médias picadas;
- 2 dentes de alho;
- 4 xícaras de arroz branco;
- sal e pimenta a gosto;
- 3 colheres de sopa de azeite da olívia;
- 1 ramo de salsinha;
- manjerona;

Modo de preparo:

Antes de mais nada, é preciso dessalgar o charque. Deixe ele de molho de uma noite para outra, trocando pelo menos 3 vezes a água. Então tudo pronto, vamos começar, essa receita é uma barbada pela sua simplicidade e vai te dar um ibope violento na cozinha (te recomendo a fazer para sogros, pais, chefes, etc. principalmente se eles curtirem uma culinária galdéria ;o).

Numa panela grande de ferro, adicione as 3 colheres de azeite e frite o charque. Quando este estiver bem fritinho, quase grudando na panela, adicione a cebola e o alho picadinho. Vá mexendo para dourar a cebola e o alho sem deixar queimar o charque. Adicione as 4 xícaras de arroz, e salgue a gosto; neste ponto você pode adicionar também umas pitadas de manjerona. Adicione agora 9 xícaras de água, despeje a salsinha picadinha e tampe essa panela que o caldeirão vai esquentar rapá. Deixe o arroz cozir (uns 20 minutos maomenos) e sirva esse negócio que tá um coice.

Dica do Japa:

- A dica do japa mais importante é: procure bem antes de comprar o charque. Encontrei um pacote de 500gr no Bourbon da Ipiranga por R$10,87 e no mercado público o kg estava R$5,80.
- Ao invés de você colocar aquela montoeira de legumes dentro do carreteiro, faça uns potinhos com tudo aquilo que você gostaria de colocar dentro mas foi impedido, dessa maneira, quem quiser que estrague o seu carreteiro, não o carreteiro todo ;o). Aqui rolou um potinho com ervilha, outro com milho, outro com cebolinha e outro com ovo picadinho.
- Não esqueça da pimenta;

Trilha sonora da receita: Churrasquinho de mãe do Teixeirinha

Have fun, aloha e coisarada.

TCF - The Cooking Fellowship é "O que a casa oferece" (.blogspot.com)