4.12.07

Saint Peter do Wolverine, Batatas e Alface com Honey Mel


Mas ahh, aparece o brother aquele que foi teu colega em meados da época em que a tv pirata entraria em férias... ô lôco, quanto tempo se passou... e depois de velho que o brother vem ensinar a fazer um peixinho que me deixou sem palavras. E eu sugeri então, ainda remotamente, fazermos algum prato com batatas pra acompanhar o peixe, eis que o muchacho me larga a seguinte frase: "caraca, tenho uma receita de batata tmb que é o bicho!". Pronto, trabalho sujo Vaguinho: segue o cara no prato, "dá de mão nos talher" e registra a peleia.

Ingredientes:

- uma lata de milho verde
- uma caixinha de creme de leite
- sal (tu q sabes a quantidade)
- limão (uns 2 ou 3)
- mostarda em pó
- cebola cortada em rodelas (uma ou duas, ou mais, hehehe)
- queijo lanche/outro (pode ser fatiadinho e/ou ralado grosseiramente)
- batatas (óia galo, acho q 1,5kg)
- um cubo de manteiga
- alho desidratado
- 100g de queijo gorgonzola
- alface
- mel (acho legal entre 50 e 100ml)
- filezinhos de peixe (a quantidade eh contigo brother, acho q umas 500g tah legal). O brother comprou o tal de Saint Peter conforme indicação do vendedor. Era pura carne, e bem ameno assim, sem cheiro forte e tal... boa pedida
- meu segredo

Modo de preparo

Comecemos pelo peixe. Mentira, to de pegadinha, coloque os batatões para cozinhar na água, hehehehe. Agora sim, tempere o peixe apenas com um salzinho, o suco do limão e a mostarda em pó. Com o forno pré aquecido (mas ahhh), cobre o peixe com as cebolas em rodelas e podes deixar o peixinho se auto abafando-se a si mesmo propriamente na sauninha. Se a alface não estiver cortada, rasga as folhas em pedaços com as mãos ao lavar, pra não precisar dobrá-la ou até mesmo cortá-la (caraca, tróço tosco cortar alface) na hora de comer. Pega as alfaces prontinhas e reserva (aaaahhhh galo véio... "reserva"... toooda a base!).

Podemos então ir preparando (ó o gerúúúúndio!) o "molhozinho" que vai sobre as batatas. Para tanto, coloque o tabletão de manteiga na panela até derretê-lo e logo em seguida o alho desidratado. Some o gorgonzola desmanchando o mesmo (cara, eu escrevi "some", do verbo "somar" saca? eu jah sou praticamente um chef!). Pulverize a mostarda e era Wilson. No momento em que fazíamos, eu tinha uns 100ml de um recheio preparado para uns tomates que serviram de entrada (ver receita de tomates recheados) e misturei este contiúdo com o molho de queijo derretido. Tah na mão jorginho, agora é pegar as batatas já cozidas, des-cas-cá-las e cobrir com o "molhozinho", levando também ao forno em seguida, mas não sem antes colocar um pouco de queijo sobre as batatas.

No meio do vuco-vuco todo, entre comer a entrada que tu deves ter escolhido no site e preparar esse prato cheio de peripécias, ainda temos a cobertura do peixe que, até provar eu achava que não tinha nada demais... mais uma vez me despencaram os butiás do bolso... maluca e funcional! Coloque o milho da lata no liquidificador com o creme de leite, o meu segredo e bata. Quando eu digo bata, eu me refiro a ligar o aparelho pra ele fazer a mistura... não pra... bom, deixa pra lah. Tá na mão, voltemos ao peixe.

Digamos que o peixe já está entre 70 e 80% do tempo que deveria no forno, retire o mesmo e cubra com a mistura do liquidificador, colocando sobre toda essa loucura o queijo ralado grosseiramente ou mesmo em fatias finiiiiiiiiinhas. Volte o preparado ao forno e aguarde... a metamorfose estará em andamento e em alguns minutos o rango mutante estará tomando conta de você.

Pra não ficar sem ter o que fazer nesse tempo que resta, em uma xícara (ou um prato, ou sei lah) coloque o mel e misture com mostarda (não adianta suspirar, não vou dizer a quantidade, feeling brother! E essa mostarda eh aquela normal de cachorro quente...). Jeitosamente leve essa mistura por sobre a alface que estava reservada (se quiseres colocar umas gotas de limão, go ahead!)... Eis a salada de alface com mel e mostarda!
Já elvis, podes retirar o que tens no forno, servir com a salada e vamo nélson...

Dica do Japa

- receita boa pra fazer pros coroas, ou pra fazer com os amigos em um clima de reencontro e tal... nao fica pesado, dah pra comer à noite e etc.
- peixinho pode ser comprado no mercado público... sabe muuuuito!
- o mel, alface, limãozinho podem ser adquiridos nas feiras de 5a à tarde lá perto da casa do Ale na Botafogo em Poa, e se for perto das 19:30h eles estão liquidando a mercadoria para se verem livres! hehehe
- se tu tiveres um licorzinho de laranja e/ou cafeh em casa, o wolverine vai se amarrar... vai por mim.
- eu tava louco pra saber qual era o tal segredo cara, tem ateh livro e filme sobre isso... Daih o loco me tira um negocio do bolso, abriu e atirou no liquidificador com o milho e o creme de leite. Sabe o que era? Um tempero pronto, e na embalagem dizia "Meu segredo". Caraca, eu queria matar o wolverine.

Trilha sonora: Bah, agora sim, me puxei... quem tiver a oportunidade e quiser correr atrás, nao vai se arrepender de ouvir um som chamado 4+20 cujo autor(es) é(são) Crosby Stills Nash & Young. Se entenderes a letra então, eh de arrepiar. Em segundo lugar na parada, o cd dos Rolling Stones vale também (tiiiiimeeee is on my side, yes it is!!!!!).

TCF – The Cooking Fellowship

3.12.07

Feijuca Rock´n Roll do TCF


Então é isso, final de ano chegando, seu Noel lavando as renas para a viagem, teu décimo terceiro se esvaindo do teu bolso sem o menor pudor ou consideração, camarada acendendo as velas para Santa Edwiges, protetora dos pobres e endividados (segundo a crença popular é só acender uma vela para ela sobre as dívidas que a vela queima até o final e as contas somem, principalmente se pegarem fogo).
Mas também é época de união dos parentes e amigos queridos, então é claro que o TCF se reuniu para comemorar a chegada do final do ano (além de comemorar seu primeiro ano de vida em Outubro/07, é claro), com uma receita há muito prometida mas que já estava virando lenda: Feijoada.
É claro que quando a palavra “Feijoada” ou “Feijuca” para os mais íntimos na arte culinária, é pronunciada, logo vem à cabeça uma roda de samba, muita cerveja, todos os órgão do pobre porco (ou quase todos ;o)) numa panela de pressão, uma noite mal dormida e uma semana indo aos pés de 3 em 3 horas, quase certo, mas como os demais integrantes do TCF (aqui, leia-se Firpão e Pantufa, que juntos representam 66,66666666666... % do grupo) não são muito chegados a um Exaltasamba ou a um Fundo de Quintal, fizemos uma Feijuca Rock´n Roll ao som de Creedance, Beatles, Eric Clapton, Alice in Chains e outros para mim irreconhecíveis.
Então como esta é uma edição especial e comemorativa, seguem as receitas dos 4 pratos típicos de uma boa feijuca de domingão: arroz branco (ah fala sério, precisa mesmo colocar receita disso?), couve refogada com farinha Veneranda, laranjas amarelas (pois está cada vez mais difícil encontrar laranjas efetivamente laranjas) e o feijão propriamente dito. Vamos ao goró.

Ingredientes:

Para o arroz:

- 2 canecas de arroz branco;
- 1 colher de azeite da Olívia;
- sal a gosto;
- 1 cebola picada;
- 1 colher de chá de pasta de alho;
Tchê, vamos falar claro: acho um saco esse negócio de “uma colher de chá disso” ou “uma colher de sopa daquilo”. Como já foi comentado “n” vezes neste blog, é preciso muito feeling nas receitas, então não leve nada ao pé da letra, coloque a quantidade que agrada ao teu paladar e vai ser feliz.

Para a couve refogada:

- 4 couves;
- 1 colher de sopa de manteiga;
- 1 colher de chá de pasta de alho;
- sal a gosto;
- 4 colheres de sopa de farinha para churrasco temperada, se possível Veneranda, pois se é “Veneranda é pra você fazer delícias” ;o)


Para as laranjas:

- 5 laranjas;

- uma faca com a qual você possa descascar as 5 laranjas;

Para o feijão:

- 1 kg de feijão preto ou dar cor que você preferir;
- 1 kit feijoada (tem para vender no Bourbon e custa em média R$7,50 e vem pé de porco, joelho de porco, costela de porco, calabresas de diversos tipos, pimenta, louro, enfim, é uma arma química empacotada a vácuo);
- 4 calabresas grossas;
- 4 calabresas finas;
- 2 linguiças paio (uma lingüiça grossa e com gosto de fumaça, imprescindível para a receita);
- 200gr de bacon picado;
- 200gr de costelinha de porco defumada;
- 400gr de costela de porco;
- 6 folhas de louro;
- 4 tabletes de caldo de feijão;
- 6 pacotinhos de Sazon para feijão;
- 2 cebolas picadas;
- 1 colher de chá de pasta de alho;
- pimenta calabresa;
- misture num potinho orégano e manjericão.

Eu sei, eu sei o que você está pensando: “Ah pára, os caras vêm fazer receita com kit feijoada e ainda vêm pagar de cozinheiros, colé???”. Não seja assim meu querido, sem pré-julgamentos. Primeiro faz a porcaria e depois tu reclama. Se fossemos comprar todos os ingredientes separadamente (joelho, pé, etc...) gastaríamos pelo menos um terço a mais do que gastamos para fazer essa receita, e nosso objetivo além de fazer uma goró de qualidade aceitável, é manter uma culinária “roots” e bem “periferia”, acessível a todos e tal. Para tu teres uma idéia, montar uma feijuca dessas para 12 pessoas, sai em média R$60,00. Sim, R$5,00 por pessoa, então presta atenção aí e vamos ao que interessa.

Modo de fazer

As laranjas:
Descasque as laranjas. Parta-as em 4 pedaços e estão prontas. Se você conseguiu fazer até aqui, não desista, pense que você já fez 25% da receita.

O Arroz:
Em uma panela com óleo quente, dê uma dourada na cebola e adicione 2 xícaras de arroz. Dê uma fritadinha no arroz, adicione sal a gosto, pasta de alho e dê mais uma misturadinha. Adicione 4 xícaras de água, deixe a panela “meio tampada” em fogo baixo e aguarde até ficar pronto. Se você conseguiu fazer até aqui, não desista, pense que você já fez 50% da receita.

A couve:
Tire o talo das folhas da couve (tem gente que gosta do talo, então na verdade isso fica a seu critério), enrole as folhas em trouxinhas e vá picoteando. Você verá que a couve picada tem um volume imenso antes de ir ao fogo, mas não se iluda, depois de cozida ela não enche um prato. Numa frigideira aqueça uma colher de manteiga e frite a couve, adicionando sal a gosto. Se você tiver um Sazon para saladas (aquele do pacote verdinho), tasca nesse negócio que fica bom também. Depois de a couver ficar bem cozidinha, reserve-a numa bacia e na mesma frigideira, torre um pouco de farinha temperada (Veneranda hein, não esquece). Junte a couve nessa farinha e misture bem, até ficar visualmente irresistível. Tá feita a porcaria, e se você chegou até aqui, mas ahhh hein, 75% da feijoada já tá pronta meu irmão, nunca foi tão fácil uma receita no TCF hein. Vamos ao último passo.

A feijuca:
Tudo começa no dia anterior. Abra o pacote do kit feijoada e deixe-o de molho numa bacia com água para remover o sal, por umas 3 horas. Antes de ir dormir, troque a água dessa bacia e deixe-o a noite inteira submerso na água para remover bem o sal desse troço. Numa outra bacia qualquer, você já pode deixar o feijão, também submerso na água de um dia para o outro. Beleza, então vamos pular para a manhã seguinte. Como estamos falando de 1kg de feijão, é bem provável que você necessite de duas panelas de pressão ou faça duas vezes a receita na mesma panela (gênio!!!). Numa panela de pressão coloque 500gr de feijão, 2 tabletes de caldo de feijão, 3 folhas de louro, os pedaços de carne de porco que tiverem ossos (costelinha, pé, joelho, etc) devidamente picados (com o mínimo de carne), encha de água até ficarem uns 2 dedos de água acima do nível do feijão e leve ao fogo alto. Deixando-os, pelo menos 15 minutos na pressão (sendo que a panela vai levar uma meia hora até pegar pressão). Enquanto isso, vá picando todos os outros ingredientes (calabresas, bacon, paio, etc) e vá jogando-os numa panela grande o suficiente para caber tudo, fritando-os em óleo bem quente e reservando-os numa bacia. Logo estaremos misturando tudo isso na panela, e só para usar um pouco mais de gerundismo, logo estaremos desligando a panela de pressão, para estarmos misturando toda essa fritura com o feijão, para depois estarmos comendo essa joça e estarmos tendo pesadelos infernais com feijões gigantes a noite. Ok, depois de tudo frito, se já tiverem passado 15 minutos de feijão na pressão, desligue a panela, coloque-a sob a água fria da torneira para aliviar a pressão, aguarde seu brother sair correndo da cozinha com medo da pressão da panela e abra-a para que possamos temperar a feijuca. A essa altura, o cheirinho já deve estar despertando a curiosidade dos vizinhos, mas não te micha galo véio, que isso ainda vai deixar o vivente ai do lado sem “butiá nos bolso”. Com a panela aberta adicione dois pacotinhos de Sazon para feijão, a cebola, uma pitada da mistura de orégano e manjericão, uma colherada de pasta de alho, tampe novamente a panela e deixe na pressão por mais 3 minutos. Beleza, agora para finalizar, despeje o conteúdo dessa panela de pressão numa outra panela grande o suficiente, e misture toda a fritura que você fez anteriormente com as calabresinhas, sempre mexendo em fogo baixo. Adicione a outra panelada ou repita o processo caso você tenha uma única panela, e adicione tudo nesse “caldeirão” que a esta altura já deve estar macanudaço. Continue mexendo em fogo baixo e adicione um pouco da pimenta calabresa para dar aquele gostinho. Deixe pegando um gosto por mais uns minutinhos e vai ser feliz meu rapaz que isso aí deve estar que é uma depilada de virilha com cera quente.

Dicas do Japa:

- O processo de tirar o sal do kit feijoada é importantíssimo, caso contrário teu feijão vai ficar um lance assim meio Boitatá com língua de fogo e talz, além de que, os hipertensos da família, principalmente os mais velhos, te serão gratos por toda a eternidade...
- a propósito, caso você não tenha percebido, não use sal no feijão, não precisa. A quantidade de carne salgada que você usou nessa receita já irá atalhar teu caminho até Jesus significativamente;
- se o feijão ficar muito aguado, pois nem sempre a gente acerta de primeira, tasca farinha de mandicoca nesse caldo para engrossar. Vai por mim, já te botei em fria alguma vez? Hein?! Hein?!
- no processo de cozimento da feijuca, tasca uma caipira. Durante a feijuca uma cervejinha e depois da feijuca uma bomba de chocolate e teu caminho até Jesus já estará atalhado em 70%.
- peguei uma barbada com a minha cunhada bióloga pra limpar a couve que não tem erro. Tasca a couve numa bacia com água e um pouco de alvejante que todos os bichinhos vão seguir sua jornada e deixer a sua couve em paz para consumo. Vai por mim que já vi coisas saírem de uma couve que você nem imagina.
- se você quiser fazer numa ordem que fique tudo pronto ao mesmo tempo (para servir quentinho e talz), faça a feijuca até a parte onde você troca de panela. Quando botar o feijão no panelão, começe a fazer o arroz. Quando colocar as xícaras de água no arroz, faça a couve, e as laranjas, obviamente, você pode ter deixado descascadas e partidas desde o início.

Trilha sonora para acompanhar a receita: Dois brothers amarradões em Creedance, Beatles, Eric Clapton e afins ;o) Vai que da certo né?!

Have Fun, aloha e coisarada.

TCF – The Cooking Fellowship

Todos os direitos reservados (era só o que faltava vc roubar direito autoral de pobré né o mané)